GOJ TỸ URUSSANGA

Mais de 500 anos marcam a chegada da colonização na América Latina. Desde então, os territórios latinoamericanos, reconhecidos por sua riqueza mineral, vêm sendo explorados e sufocados por ações extrativistas. Mas quem detém a autonomia sobre essa riqueza? E o que nos resta em nome do “progresso”?
Na bacia hidrográfica do Rio Urussanga, em Santa Catarina, Sul do Brasil, a exploração do minério de carvão ainda em curso, deixou e deixa seus rastros de contaminação no solo, no ar, nos rios (que deságuam no oceano) e nos lençóis freáticos. Montanhas e montanhas de rejeito, estradas criadas com rejeito, ruínas das empresas de mineração, minas abandonadas e rios laranjas, – completamente mortos, contaminados pelo enxofre, pelo mercúrio e por todos os sulfatos liberados a partir dos resíduos de minério de carvão de compõem a paisagem desta região.
Goj tỹ Urussanga*– Rio Urussanga, foi uma ação de pesquisa desenvolvida nesta bacia hidrográfica, sobretudo às margens do rio Carvão e do rio Urussanga. Contando com a participação de moradores e artistas locais, nos lançamos num mergulho nas veias e rastros da mineração. Olhar. Sentir. Cheirar. Escutar. Deixar emergir as forças e vozes silenciadas, sufocadas e dizimadas por um sistema colonial e colonizante. Agir, individual e coletivamente contra um sistema, re-sensibilizando e libertando nossos corpos-território, para que possam proteger os territórios-corpo que ainda nos restam.
*Tradução em Kaingang|Xokleng

NÃO SE PODE TOCAR, ESTÁ EM MIM, ESTÁ EM NÓS

Não se pode tocar, está em mim, está em nós é uma performance e videoinstalação, que traz como questão estético-política central o extrativismo mineral e os modos de vida contemporâneos. A partir de uma pesquisa performativa imersiva realizada em áreas de rejeito de minério de carvão na bacia hidrográfica do rio Urussanga, no sul do Brasil, como parte do projeto Territórios Sensíveis- Goj tỹ Urussanga, nos lançamos ao campo da memória corporificada na construção poética de um convite a uma reflexão coletiva.
A exploração desenfreada de recursos naturais, impactam solo, rios, lençóis freáticos, ar e mar. As consequências e sensações estão em nossos corpos, adoecidos pela contaminação e sufocados em um contexto sistêmico, que nos rouba sensibilidades, nos expondo a violências já incorporadas ao nosso cotidiano. Como, então, re-sensibilizar nossos corpos, criando possíveis formas de sobrevivência em meio aos rastros e veias abertas do Antropoceno?

Ficha Técnica
Co-criação: Walmeri Ribeiro, Ana Emerich, Sofia Mussolin, Eloisa Brantes
Performance, pesquisa e imagens de campo: Walmeri Ribeiro
Direção de cena e dramaturgia: Eloisa Brantes
Direção de fotografia, câmera, montagem e finalização: Sofia Mussolin
Pesquisa, sons originais e composição sonora: Ana Emerich

Obra comissionada por Itaú Cultural, projeto Cena Agora, 2021.
Apresentada em julho de 2021 online.

Não se pode tocar | Performance e Videoinstalação

Não se pode tocar, está em mim, está em nós - Performance e Vídeo Instalação- foi apresentada ao vivo na Galeria NOTE, em Lisboa, à convite da curadora e diretora Bárbara Silva. Nesse desdobramento da obra audiovisual, - inicialmente criada para o projeto Cena Agora: Arte e Ciência, do Itáu Cultural -, criamos uma cena intimista onde os corpos presentes pudessem ser afetados pelos "rejeitos"do carvão ali lançados, além disso, a performance contava com uma corporeidade e sonoridade da cena em diálogo com imagens e os sons do vídeo. já a instalação foi composta pelos rastros e vestígios deixados no papel e o vídeo projetado.
**Esta exposição contou com apoio FAPERJ para sua realização.

Não se pode tocar, está em mim, está em nós
Performance e Videoinstalação
Galeria Note | Lisboa | Portugal | 2022

Realização
Financiamento
Suporte

RIOS AMAZÔNICOS
Pará | Brasil, 2021-2023

Iniciamos o projeto Territórios Sensíveis| Rios Amazônicos pela região conhecida como Baixo-Tapajós, no Estado do Pará.

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BAÍA DE GUANABARA
Rio de Janeiro | Brasil, 2019-2023

Em tempo de emergências, sonhar, e fazer sonhar, é, certamente, a ação mais política que podemos ter.

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POÉTICAS DO OUTRAR-SE
Rio de Janeiro | Brasil

Em meio a um cenário global de crises, catástrofes e emergência climática, a arte e sua capacidade de afecção, potencializando o encontro de corpos humanos e não humanos, torna-se aqui o eixo central desta pesquisa-criação.

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