Em meio a um cenário global de crises, catástrofes e emergência climática, a arte e sua capacidade de afecção, potencializando o encontro de corpos humanos e não humanos, torna-se aqui o eixo central desta pesquisa-criação. Poéticas do Outrar-se emerge da prática artística em performance e sua potência sensível, na criação de campos de afecção, estimulando formas possíveis de habitar mundo, de fazer mundo e sobretudo, de imaginar e agir poética e politicamente na construção de mundosOutros. Uma “totalidade-mundo” (GLISSANT, 2005). Outrando-se. Esta investigação está balizada pelos estudos da performance e por ações experienciais de um corpo em performance, buscando a construção de um corpo poroso (RIBEIRO, 2021) e sua potência de agir. Uma poética que busca pela ativação do imaginário, por uma proposição de encontros, de relações e do afeto como encadeamento de novos modos de cultivo e conexão com a vida, com a espiritualidade, com a natureza e com os territórios que habitamos e pelos quais somos habitados.
Imergir
Imergir é um convite para a realização de caminhadas performativas como um ato imersivo de conexão, mapeamento e engajamento afetivo entre nossos corpos-território e os territórios-corpo nos quais realizamos nossas ações. Um convite a silenciar, sentir, escutar, cheirar e mergulhar em uma experiência imersiva. E, assim, Imergir. Esta é uma metodologia que se desdobra em ações,individuais e coletivas, despertando sensibilidades e ampliando nosso aparato sensório-perceptivo. Imergir é também a metodologia com a qual venho desenvolvendo minhas pesquisas e produções artísticas, motivada pela investigação sobre as possibilidades poéticas do outrar-se.
"Um corpo poroso não é um corpo cotidiano, mas, tampouco é apenas um corpo em deslocamento, em movimento. Um corpo poroso é uma forma de ser e estar no mundo, de se conectar, de se misturar, criando zonas de contaminação e contágio, sem bordas, sem fronteiras, sem hierarquias entre espécies. Um corpo que busca por um outrar-se, um construir-se, construindo, em conexão. Um corpo poroso é um corpo disponível, permeável, em estado de atenção plena. Um corpo capaz de sentir, escutar e incorporar (tornar corpo) micro-movimentos, micro-sonoridades, tatilidades e temporalidades, bem como, os macro-movimentos e a amplitude do todo no qual está inserido. O corpo poroso é, portanto, um estado de existir e agir no mundo. Um estado de ser numa poética do Outrar-se e de construir Mundos-Outros, Outrando-se." (Ribeiro, 2021)
Como um sopro
Videoinstalação, em dois canais, produzida em meio à Mata Atlântica brasileira. Fruto de uma pesquisa performativa de longa duração, como um Sopro emerge da potência do encontro e da convivência do meu corpo com os corpos Mata Atlântica. Corpos movimento. Corpos fluxos. Corpos em emergência. ...como um Sopro Mundo
Videoinstalação em dois canais, exibido na mostra Embodied Forest curadoria: Lilian Fraiji realização: Ecoartspace Santa Fé | USA| 2021. Acesso a publicação: https://issuu.com/ecoartspace/docs/embodiedforest2021
[IN]Submersas
Performance e videoinstalação que compôs a instalação performativa [IN]submersa. Desenvolvida pela conexão Mulheres da Improvisação, da qual fiz parte durante o ano de 2020/2021,[IN]submersa instaura uma imersão por salas virtuais interconectadas, discutindo as relações entre corpo, presença e meio ambiente, em atos de criar, cultivar e conectar. Com uma fruição mediada pelas plataformas digitais e suas possibilidades e potencialidades técnicas, é uma experiência que coloca em discussão as singularidades e o contexto que atravessamos em tempos pandêmicos, mas também instiga a pensar ações coletivas possíveis para um mundo outro por vir.
Exibição: Bienal Internacional de dança do Ceará Fortaleza| Brazil | 2021 Performance de: Walmeri Ribeiro, Ana Emerich, Ivani Santana, Ligia Tourinho, Líria Moraes, Nara Figueiredo, Tânia Marin Pez.
Co-Existence – We are not alone – “Coexistência (2021)
“Coexistência (2021) de Walmeri Ribeiro é um vídeo-poema que nos convida a mergulhar nas sutilezas de um presente distópico, explorando um cenário dramático em que o respeito por todas as formas de vida e pela própria natureza é completamente ignorado devido à percepção limitada da nossa espécie e à falta de consciência ambiental”. Texto e curadoria: curadoria: Clarissa Ribeiro - Vídeo apresentado pela plataforma @laser_talks|Leonardo ISAST
Imagens: Thiago Caiçara Concepção e montagem: Walmeri Ribeiro
Mais de 500 anos marcam a chegada da colonização na América Latina. Desde então, os territórios latinoamericanos, reconhecidos por sua riqueza mineral, vêm sendo explorados e sufocados por ações extrativistas.
Clique e saiba maisInspirada pelos apontamentos de Isabelle Stengers em seu livro “No tempo das Catástrofes”, onde a filósofa reflete acerca do nosso sentimento de impotência frente às catástrofes provocadas pelas mudanças climáticas e seus consequentes impactos sociais, Intervir requer certa brevidade
Clique e saiba maisComo experiências performativas imersivas em diferentes paisagens, climas e culturas, podem contribuir para mudanças paradigmáticas nos nossos modos de viver, habitar e pensar o mundo?
Clique e saiba mais